terça-feira, 6 de setembro de 2011

Paixão pelo Timão se organiza em Maringá

A proliferação de células da torcida corintiana por todo o País não é fenômeno recente. A paixão pelo time de Parque São Jorge extrapola o estado de São Paulo e se multiplica em grupos organizados do Oiapoque ao Chuí, sem excluir o Paraná e a região de Maringá. Por aqui, o culto pelo Timão tem como templo a facção Fiel de Maringá, torcida fundada em 2005 e que vem crescendo a cada dia.

Júnior Rodrigues, webdesigner, e o funcionário público Marcos José da Silva tiveram a idéia de fundar a organizada para agrupar os fanáticos pelo clube paulista que, revelam pesquisas diversas, tem maioria absoluta de torcedores na região, superando clubes do Estado e até locais. O nome Fiel não implica em ligação com a Gaviões da Fiel, maior e mais famosa torcida do "campeão dos campeões", como explica Júnior Rodrigues: "Temos uma boa relação com eles, sempre nos encontramos nos estádios, mas somos uma torcida independente, como são as torcidas Fiel de Curitiba e Fiel de Londrina".

Amor pelo Corinthians tem a capacidade de eliminar rivalidades regionais.

Recentemente, integrantes da Fiel de Maringá e Fiel de Londrina fizeram churrasco de confraternização, em Maringá, reunindo cerca de 70 adeptos. "Lá tinham torcedores do Londrina e do Galo, mas a convivência foi pacífica, pois o que nos interessa mesmo é a paixão pelo Corinthians", explica Everson Alberto Stadler, componente do grupo. Torcer pelo Corinthians, antes mesmo do Galo Adap, time da cidade? "Apoiamos o Galo no Estadual, alguns do grupo até são sócios-torcedores, mas nosso negócio é primeiro o Timão", esclarece Leonardo de Araújo, deixando claro o que vai prevalecer no caso de confronto entre os dois.

A finalidade da Fiel Maringá é evoluir ao ponto de ter, em pouco tempo, sede própria e uma charanga (os instumentos musicais estão sendo adquiridos) e dotar-se de estrutura para acompanhar a maioria dos jogos do Alvinegro. "Por enquanto, estamos acompanhando as partidas pela televisão. Assinei TV a cabo só para ver os jogos; todos os integrantes se reúnem lá na minha casa", relata Marcos José Alves, para quem ser corintiano é ser mais brasileiro.

A origem do fanatismo nem sempre é de família. Muitos dos componentes tem pais que adotaram outras cores. "Não dá apara explicar. O que sabemos é que corintiano não se tranforma, já nasce com essa virturde", observa Rogério Sibro de Almeida.

Na vida da maioria dos integrantes da Fiel Maringá, a paixão clubística tem causado alguma tipo de transtorno. Pessoal e até emocicional.

No caso de Everson Alberto, uma aventura para assistir jogo do time em São Paulo quase lhe custou o emprego e o deixou em situação delicada no Tiro de Guerra, já que era soldado daquela corporação e simplesmente faltou por dois dias consecutivos. "Fui para São Paulo de ônibus, sozinho, fique 48 horas sem domir, comendo só salgadinho, e cheguei no trabalho, na segunda-feira, quase ao meio dia", relata.

Com Marcos, o prejuízo foi sentimental. "Namorava uma garota, e gostava muito dela, mas o sogro, palmeirense, quando descobriu para quem eu torcia fez de tudo e conseguiu acabar com o romance", conta, lembrando o filme Romeu e Julieta.

Adyla Milany, uma das três integrantes da ala feminina, foi mais longe. "Namorei um cara palmeirense. Até que a gente se entendia, mas as brigas toda vez que os times jogavam acabaram por separar a gente."

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